"Quem olha para fora sonha,
Quem olha para dentro acorda"
(Jung)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Amor...




O Amor normalmente é definido como o "maior poder do universo, ou a maior força que existe". Essa descrição é encontrada principalmente nos trabalhos de muitos cantores e artistas, que exaltam a sublimidade do amor em toda a sua plenitude.
Podemos falar sobre o Amor quando ele é vivido realmente de forma efetiva em nossa existência. Cada pessoa pode vivê-lo de uma maneira, já que se trata de um estado subjetivo de ser. Mas, quando é vivido efetivamente por um indivíduo, esse costuma descrever a situação reforçando sempre a idéia de ter realmente encontrado a Felicidade.
A Psicologia Moderna nos faz entender que a felicidade absoluta, completa e total não existe. Todas as pessoas possuem problemas, e o que chamamos de Felicidade – muitas vezes vivenciada como um sentimento de realização ou completude – é, na verdade, o melhor estado possível de equilíbrio dinâmico entre nossas tensões criativas e os desafios da vida.
Assim, quando uma pessoa parece encontrar o que ela costuma chamar de "Alma Gêmea" ou "Cara-Metade", por um certo tempo ela será invadida por um sentimento de plena Felicidade, sentindo-se completa. Um complementa o outro, no melhor sentido da palavra. Mas a Felicidade não é uma situação estática, "parada". É antes, como foi dito, uma situação de equilíbrio dinâmico, ativo, em que as duas partes envolvidas, devem querer atuar, para que a relação possa se desenvolver de maneira construtiva.
Com o tempo, ambos os parceiros descobrem diferenças entre si, novos gostos e opiniões que se combinam, e na convivência enfrentam os desafios da vida, juntos, compartilhando as suas tensões ou possibilidades criativas. A Felicidade desse Amor, não exclui portanto, os problemas – ela os inclui, numa forma de lidar com eles, que seja a melhor possível nos limites que a existência de ambos possibilita.
É notório que para o indivíduo poder expressar amor pelo próximo, ele deve também amar a si mesmo. Só quem se ama, possui auto-estima e energia suficiente para poder amar outra pessoa. O amor é uma energia: psicólogos famosos como Freud, Jung e Rollo May a descrevem como uma energia psíquica que é a fonte mais poderosa de transformação da personalidade. É "simbolicamente", o maior poder do Universo. E para se amar, o indivíduo precisa se conhecer melhor, pois conhecendo as suas potencialidades ele pode se autovalorizar, e conhecendo suas limitações ele evita a arrogância (uma das inimigas do Amor).
Autoconhecimento, desde de Sócrates na Antiga Grécia, tem sido referenciado como um dos mais eficazes caminho para se obter o desenvolvimento espiritual e para se atingir a felicidade. Naquela época a palavra psique significava alma, e a Psicologia era o estudo da alma humana em busca do autoconhecimento.
Nos dias atuais, continua sendo verdadeira, a afirmação de que através do autoconhecimento o homem pode se beneficiar em todas as áreas da vida: corporal, mental, social, romântica, espiritual, etc. Mas, essa é uma realidade que só é aceita quando vivida efetivamente na prática, da mesma forma que o Amor.

*Uma bela dica é a terapia de casais que ajuda a estabelecer e fortalecer o relacionamento.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Espaço Psicologia da maternidade

Estamos com um novo espaço de bate-papo. Abri no yahoo um grupo de pessoas com interesses em comum - Gravidez, parto, pós parto. Lá poderemos conversar, tirar dúvidas, aliviar as angústias, e compartilhar este momento tão especial que é a gravidez. Para fazer parte do grupo é só clicar no link do blog: "Espaço Psicologia da Maternidade" e começar a conversar com nossas participantes. Tenho certeza que irá se identificar e se divertir no grupo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Bulllying

Na atualidade, um dos temas que vem despertando cada vez mais, o interesse de profissionais das áreas de educação e saúde é sem dúvida o bullying escolar. Termo encontrado na literatura psicológica que conceitua os comportamentos agressivos e anti-sociais. Em termo equivalente na língua portuguesa, define-se universalmente como “um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento”. Insultos, intimidações, apelidos cruéis e constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos, levando-os à exclusão, além de danos físicos, psíquicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do comportamento bullying.
O bullying é um conceito específico e muito bem definido, uma vez que não se deixa confundir com outras formas de violência. Isso se justifica pelo fato de apresentar características próprias, dentre elas, talvez a mais grave, seja a propriedade de causar “traumas” ao psiquismo de suas vítimas e envolvidos. Possui ainda a propriedade de ser reconhecido em vários outros contextos, além do escolar: nas famílias, nas forças armadas, nos locais de trabalho (denominado de assédio moral), nos asilos de idosos, nas prisões, nos condomínios residenciais, enfim onde existem relações interpessoais.
Estudiosos do comportamento bullying entre escolares identificam e classificam assim os tipos de papéis sociais desempenhados pelos seus protagonistas: “vítima típica”, como aquele que serve de bode expiatório para um grupo; “vítima provocadora”, como aquele que provoca determinadas reações contra as quais não possui habilidades para lidar; “vítima agressora”, como aquele que reproduz os maus-tratos sofridos; “agressor”, aquele que vitimiza os mais fracos; “espectador”, aquele que presencia os maus-tratos, porém não o sofre diretamente e nem o pratica, mas que se expõe e reage inconscientemente a sua estimulação psicossocial.
Segundo especialistas, as causas desse tipo de comportamento abusivo são inúmeras e variadas. Deve-se à carência afetiva, à ausência de limites e ao modo de afirmação de poder e de autoridade dos pais sobre os filhos, por meio de “práticas educativas” que incluem maus-tratos físicos e explosões emocionais violentas. Estudos constatam que 80% daqueles classificados como “agressores”, atribuíram como causa principal do seu comportamento, a necessidade de reproduzir contra outros os maus-tratos sofridos em casa ou na escola. O portador dessa síndrome possui necessidade de dominar, de subjugar e de impor sua autoridade sobre outrem, mediante coação; necessidade de aceitação e de pertencimento a um grupo; de auto-afirmação, de chamar a atenção para si. Possui ainda, a inabilidade de expressar seus sentimentos mais íntimos, de se colocar no lugar do outro e de perceber suas dores e sentimentos.
As conseqüências para as “vítimas” desse fenômeno são graves e abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela escola, o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento, o absentismo e a evasão escolar. No âmbito da saúde física e emocional, a baixa na resistência imunológica e na auto-estima, o stress, os sintomas psicossomáticos, transtornos psicológicos, a depressão e o suicídio.
Para os “agressores”, ocorre o distanciamento e a falta de adaptação aos objetivos escolares, a supervalorização da violência como forma de obtenção de poder, o desenvolvimento de habilidades para futuras condutas delituosas, além da projeção de condutas violentas na vida adulta. Para os “espectadores”, que é a maioria dos alunos, estes podem sentir insegurança, ansiedade, medo e estresse, comprometendo o seu processo socioeducacional.
Este fenômeno comportamental atinge a área mais preciosa, íntima e inviolável do ser, a sua alma. Envolve e vitimiza a criança, na tenra idade escolar, tornando-a refém de ansiedade e de emoções, que interferem negativamente nos seus processos de aprendizagem devido à excessiva mobilização de emoções de medo, de angústia e de raiva reprimida. A forte carga emocional traumática da experiência vivenciada, registrada em seus arquivos de memória, poderá aprisionar sua mente a construções inconscientes de cadeias de pensamentos desorganizados, que interferirão no desenvolvimento da sua autopercepção e auto-estima, comprometendo sua capacidade de auto-superação na vida.
Dependendo do grau de sofrimento vivido pela criança, ela poderá sentir-se ancorada a construções inconscientes de pensamentos de vingança e de suicídio, ou manifestar determinados tipos de comportamentos agressivos ou violentos, prejudiciais a si mesma e à sociedade, isto se não houver intervenção diagnóstica, preventiva e psicoterápica, além de esforços interdisciplinares conjugados, por toda a comunidade escolar.
Esta forma de violência é de difícil identificação por parte dos familiares e da escola, uma vez que a “vítima” teme denunciar os seus agressores, por medo de sofrer represálias e por vergonha de admitir que está apanhando ou passando por situações humilhantes na escola ou, ainda, por acreditar que não lhe darão o devido crédito. Sua denúncia ecoaria como uma confissão de fraqueza ou impotência de defesa. Os “agressores” se valem da “lei do silêncio” e do terror que impõem às suas “vítimas”, bem como do receio dos “espectadores”, que temem se transformarem na “próxima vítima”.
É extremamente importante além de um trabalho de prevenção contra o bullying dentro das escolas, o acompanhamento psicológico de quem já sofre com este tipo de violência.